segunda-feira, 26 de março de 2018

A novela da vacina

Depois de meses de uma vergonhosa espera, algumas tentativas frustradas, finalmente recebemos a notícia de que todos os postos de vacinação de SP disponibilizaram a vacina para febre amarela.

Quinta-feira passada lá fomos nós quatro tentar encerrar a longa espera.

Vacina realmente disponível, pertinho de casa, fila pequena, tudo favorável. E então partimos para aqueles minutos de espera pela injeção que mostram como 4 pessoas são realmente diferentes...

Já na fila, Sofia ficou vermelha, começou a respirar rapidamente, ameaçava chorar... e chorou. Muito!

Nossa senha foi chamada. Giva foi o primeiro. Injeção rápida, como se nada tivesse acontecido. 

Então foi a vez da Sofia que abriu o berreiro mesmo antes da agulha encostar em seu braço. Precisou de um abraço do pai para se acalmar e deixar a enfermeira concluir o trabalho. Como não estava tão calma e imóvel quanto deveria, a enfermeira falou pra ela:

- Sofia, conte comigo até UM! Vamos lá!
- UM!

Injeção data, fim de choro.

Era então a minha vez. Dei a mão pro Tomás, pra fazer tipo, mas, no fim, precisei mesmo dar uma apertadinha. Devo ter me encolhido e feito careta porque a enfermeira falou:

- Nossa, a mãe foi a única até agora que se encolheu e sentiu dor!

Tomás riu, esticou o braço e tomou a vacina rindo! Não sei se ria de mim ou de nervosismo.

Cada um a sua maneira, saímos de lá finalmente vacinados e torcendo para que não haja qualquer reação chata...

***

Ontem, na casa da avó, Sofia resolveu reproduzir, do jeito dela, a sala de espera da UBS.

Chamava os pacientes para a checagem antes da vacina. Fazia umas perguntas, colocava termômetro (isso foi invenção dela, porque no posto de saúde que fomos só perguntavam se havíamos tido febre nos últimos dias) e passava um aparelho que enxergava " a cor dos ossos" (ela é realmente criativa).

Na minha vez, o diagnóstico foi:

- Senhora, sua temperatura é de 2 graus "Celso". Seus ossos estão bem... quer dizer, não... estão meio amarelos!