quinta-feira, 27 de junho de 2013

A verdadeira história do "Seu Patia"

Em geral sou boa tradutora do dialeto da Sofia e do Tomás. Mas percebi que também posso cometer erros de interpretação...

Em fevereiro, escrevi um post sobre uma "consulta" do Tomás com a Dra. Sofia. Na ocasião, ela examinou o menino e receitou bolinhas do "Seu Patia". 

Porém, ontem, percebi que o "seu" tem outro sentido...

Eu e a Sofia estamos há alguns dias com resfriado. E da-lhe mel, xarope e as famosas bolinhas de homeopatia.
Estava com ela no banheiro e separei as bolinhas para que ela tomasse. Tudo ok.
Então, lembrei que também estava na hora da minha dose de homeopatia. Separei mais bolinhas e já ia tomar, quando fui interrompida:

- Não, mãe, você não pode tomar essas bolinhas!

- Por que, Sofia? Também estou resfriada...

- Mas é O MEU PATIA! Não O SEU PATIA!


é meu ou seu?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

É torta por que?

Hora do almoço.

Bateu uma vontade de comer minha comida favorita, torta com salada. Como a opção que tinha em casa era de shitake, achei que não faria muito sucesso com as crianças e providenciei um macarrão pra eles.

Tomás olhou pro seu prato, comeu um pouco... olhou pro meu e demonstrou interesse.

- Mãe, quero essa carninha - disse ele, apontando pro shitake dentro da torta.

- Não tem carninha, Tomás, é torta.

Deu mais uma analisada em meu prato e perguntou:

- Por que ela tá torta, mãe?

Bom, explicações à parte, ele experimentou o shitake e optou por continuar no macarrão...

Boa semana pra todos!





quinta-feira, 20 de junho de 2013

A causa do "piriri"

Fui pegar as crianças na escola hoje e a professora do Tomás veio me dizer que ele estava um pouco "caidinho" no meio da tarde e teve uma diarréia forte. Sofia, ao lado, ouvindo tudo atentamente.

Já no carro, a caminho de casa, a conversa era sobre o dia na escola. Sofia perguntou:

- Mãe, o que a professora do Tomás estava falando que ele teve?
- Ela disse que ele teve diarréia, Sofia.
- Por que será, mãe?
- Acho que ele deve estar com alguma virose ou foi algo que comeu e não fez bem...
- Ah, é... ele deve ter comido uma MOEDA, sei lá...

Como ela me diverte! Um "piriri" causado por uma moeda!!!! Só a Sofia...

Comedor de moedas?!


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Arraiá caseiro


Não sei pra vocês, mas pra mim, passar o mês de junho sem participar de uma festa junina é muito estranho. Aliás, mais do que isso, é frustante... Eu amooo essa época do ano!!! A decoração, as roupas, as comidas, as músicas, o clima "família" da festa. Enfim, tudo.

Pra quem está com a verba curta ou mesmo sem convites pra boas festas, tem saída! Organizar em casa. Basta ter um grupo de amigos animados, um espaço legal e a festa será um sucesso.

Ontem foi assim. Na casa de um amigo da Sofia, oito casais de pais, com a filharada toda, conseguimos fazer uma festa animada e com baixo custo.

As compras da decoração e descartáveis foram feitas pela internet, em lojas da Rua 25 de Março e "rachadas" pelo grupo de pais. As comidas e bebidas, cada casal levou um pouco. No som, cds de forró (ufa, nada como não precisar ouvir as novidades de algumas festas por aí no estilo breganejo ou country. Poxa, pra quem tem Luiz Gonzaga, Dominguinhos e cia não precisa de mais nada na trilha sonora, não é?). 

Pra ficar com mais cara de festa junina, para as crianças, montamos as brincadeiras típicas: tomba latas (com latas de leite vazias e bolinhas de tênis, no nosso caso, bolinhas compradas num pet shop...rs... o cachorro ficou feliz com o presente que ganhou pós-festa!), pescaria (uma bacia grande com água, varas de pescar, feitas criativamente pela Paulinha, com cabides de arame, desses de lavanderia, e peixinhos de plástico tradicionais) e argolas (com garrafinhas de água e as argolas). Ah, e valendo brindes!!! Aliás, brindes esses que já foram usados imediatamente! Biribinhas, bolinhas de sabão e garrafinhas plásticas (squeezes).

Então, fica a dica. Nada de desânimo se ainda não rolou uma festa legal pra ir neste mês. Corra atrás e organize a sua!!!! Se não der tempo em junho, festa julina também vale!




Nosso Tomba Latas!

A pescaria!
Sucesso das Bolinhas de Sabão!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tem prato especial no restaurante da Chef Sofia!

Lembram do restaurante da Chef Sofia? Pois é, voltou à ativa!

E lá estava ela, preparando um prato especial e explicando ao seu assistente o segredo da receita:

- Você vai colocando os "broquinhos" (brócolis) em cima do macarrão e mexe.


***

Mais clientes chegam e a chef avisa na cozinha:

- A mesa 54 vai querer 60 mil gelatinas e 1 coca!!!!


***

Sofia contrata uma ajudante (no caso, eu) e a coloca para fritar bifes. Eu, numa crise de rinite, espirrava sem parar. Durante a preparação do prato, Tomás entra na "cozinha do restaurante" e passa perto do fogão. Sofia diz:

- Tomás, estamos fritando bifes! Saia de perto do fogão, é perigoso!!!
- Ah é?
- É, o óleo pode espirrar!
- Igual a mamãe, né?


domingo, 9 de junho de 2013

E você, qual herança deixará?

Ela tem 14 anos. Estuda no Colégio Santa Cruz, em SP. Seu nome é Mariana e ela abre mão da herança que lhe é destinada.

Explico.

Hoje, domingo de sol, acordei cedo, não para passear, mas sim, juntar-me a algumas centenas de pessoas que não tem conseguido mais conviver apáticas com a cruel realidade de nossa cidade. Todos (poucos, muito poucos para a gravidade dos fatos) reuniram-se em frente ao Colégio Rainha da Paz, num manifesto organizado por parentes de uma vítima, o dentista Alexandre Gaddy, queimado durante um assalto em seu consultório em José dos Campos. 

Os casos se multiplicam a cada dia, com toques de crueldade cada vez mais surreais, praticamente saídos de um filme do Quentin Tarantino. Porém, o que acho mais inacreditável e inadimissivel em tudo isso é que não há um governante que se manifeste, que coloque ordem nesse caos. Não temos prefeito, governador, presidente? A impressão que dá é de que moram em outro país, outro planeta e aparecem por aqui apenas na hora das eleições. E ainda conseguem ser eleitos! Enquanto isso, estamos por aqui, sozinhos, acuados e desunidos.

O que me mobilizou a sair cedo da cama hoje não foi ser ouvida por algum governante, não tinha essa ilusão. Mas queria compartilhar, com aquelas pessoas que ali estavam, a dor que estou sentindo, a vontade de dar outro rumo para essa história.

Bom, e nesse contexto tive o prazer de conhecer Mariana. Não a conheci diretamente, mas estava em sua frente, ouvindo suas palavras. 


"Minha mãe era bastante próxima dele (Alexandre Gaddy), desde a época da escola, quando estudavam juntos no Colégio Rainha da Paz , e acho que foi por isso que essa história me tocou tanto. Sei lá, as vezes a gente ouve as notícias da televisão ou do jornal, e elas passam quase que despercebidas, porque você nunca espera, ou pelo menos tenta negar, que aquilo esteja tão próximo de você e da sua família. Lógico, porque a maioria das pessoas que eu conheço tem segurança na porta de casa, moram em condomínio, andam de carro blindado, etc. Realmente, pra que se preocupar com o que acontece fora do seu mundo quando você está tão confortável e aparentemente isento desses perigos?


Não nego que faço parte desse grupo, aliás, seria uma mentira dizer que em muitos momentos da minha vida eu me distanciei dessa grande “comunidade”. Mas o que eu percebi nessa última semana, e principalmente na terça-feira quando minha mãe chegou em casa após o velório e enterro deste grande amigo, é que esse é o mundo que nós mesmos construímos. É muito fácil estar conversando com alguém e de repente perceber que a conversa tomou um rumo de catástrofes. E é nesse momento que você começa a ouvir as pessoas falarem: “Não, realmente, o Brasil está se tornando um lugar péssimo para viver”, “isso é um absurdo, a violência em São Paulo está acabando com a segurança que antes existia”. Sim, é um absurdo. Mas do que adianta? Você fala que está ruim e o que mais? Faz o que pra mudar isso?

Eu acredito, não sei se é muito otimismo da minha parte, que o problema não está nas pessoas. Porque em relação à minha geração, por exemplo, a sensação que eu tenho é que esta questão da violência já está praticamente naturalizada dentro das nossas cabeças. Acontece que, de tanta catástrofe, atrocidades, violência e morte que ouvimos, começamos a achar que é normal e necessário conviver com isso. 

Ontem minha mãe disse o seguinte para mim e para os meus irmãos: “Esse é o mundo que fica para vocês”. Foi essa fala que me marcou muito, porque de verdade, não é dessa maneira que eu quero ter uma vida. Pode ser que hoje eu não perceba isso, mas daqui uns anos, quando eu entrar em uma faculdade, talvez começar a trabalhar, eu não quero ser uma pessoa que carrega medo, que carrega preocupação, angústia, e acho que todos aqui também não. 

Pensando no que é possível mudar em nossa sociedade, os velhos amigos de escola que estudaram com o Gaddy, organizaram uma manifestação em prol da paz. Realmente, uma iniciativa muito solidária e digna. O que eu pensei é que os jovens que deveriam se mobilizar, pois afinal, é nesse mundo de carros blindados, muros e câmeras que queremos viver? "


Mariana me emocionou e me deu esperança. 

Assim como aconteceu com ela, torço para que muitas outras pessoas comecem a reagir, recusando essa infeliz herança que lhes está sendo deixada. Uma cidade triste, apática, doente.

Balões soltos durante o protesto

terça-feira, 4 de junho de 2013

Ovo de cachorro

Sofia brincava com seus cachorros de pelúcia hoje pela manhã.

Passeava com um.
Dava comida pra outro.
Limpava um cocô.
Uma bronca aqui.
Outra ali.

E ela fala, bufando:

- Ai, não aguento mais, não quero mais nenhum cachorro por aqui. Não vou deixar mais minha cachorrinha botar ovo!


Acho que ela está assistindo muito o episódio do Snoopy sobre o "Beagle da Páscoa".






sábado, 1 de junho de 2013

SP, a cidade da garoa? Não, infelizmente, dos arrastões...


No final de fevereiro/2013, escrevi o texto a seguir. Infelizmente, nada começou a mudar, muito pelo contrário... Hoje já tinha nova notícia de arrastão em restaurante de SP. 
Notícia publicada no Jornal Folha de SP: 
Texto que escrevi em fevereiro:
Precisamos fazer alguma coisa
A violência tem tirado meu sono. Não apenas hoje, que poderia dormir mais umas 2 horas e aqui estou no computador. A violência tem tirado meu sono há muito tempo!
Porém, se num intervalo de 10 dias, três amigas muito queridas, que moram ao lado do meu bairro, têm carro roubado, casa assaltada e passam por um arrastão em restaurante; você vê a violência ali, batendo na sua porta, dizendo pra você não dormir mesmo.
Vivemos na era do seguro. Seguramos o carro, a casa e até o celular. Adianta? Por um lado sim... conseguimos amenizar um pouco as perdas materiais. Um pouco, porque o que o seguro paga nunca é suficiente para reaver exatamente o que tínhamos, o que lutamos, trabalhamos tanto para conquistar.
Mas não é esse o problema. O problema é que não existe seguro para reverter traumas, medos, sensação de impotência. Não tem seguro que dê jeito nas síndromes de pânico, cada vez mais comuns. Não tem seguro que faça dormirmos tranquilos quando alguém de casa demora para chegar...
A sensação que tenho é de preciso fazer alguma coisa, gritar, pedir socorro, tentar de alguma forma viver numa cidade melhor, num mundo melhor. Viver SEM essa violência toda é o mínimo para conseguirmos tocar adiante, nesse mundo já tão complicado de se viver. Não podemos ficar paralisados, impotentes, fugindo, lamentando pelas notícias que chegam até nós. Lamentar não resolve!!
 Se vocês, assim como eu, estão se sentindo sufocados, acuados numa cidade dominada pela violência, por favor, me ajudem a espalhar esse texto, a buscar UNIÃO (pois eu sozinha tenho consciência da minha impotência), ideias (passeatas? Petições??) de como exigirmos mudanças. Tenho a esperança desse texto ser lido por muitas pessoas com o coração apertado e com vontade de REALMENTE reivindicar PAZ URGENTEMENTE!!!!!