quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Confesso


Quase todo mês (por mera coincidência, durante a TPM...) eu praguejo contra o universo. Eu repito que “desejo sumir”, fazer as malas, me isolar, de preferência numa praia bem distante (João Pessoa seria o lugar perfeito, lá na praia de Coqueirinhos). Digo que queria outra vida, que não devia ter tido filhos, que teria sio melhor ter ficado solteira, que deveria ter feito outra faculdade, feito outras escolhas... 

Normalmente falo tudo isso já com um misto de culpa e vergonha, já querendo pedir desculpas para os que estão ouvindo e jurar que não é nada disso o que penso. Mas não faço. Falo, fico irritada, me isolo, fico ali no meu canto explodindo de raiva e tristeza.

Porém, a raiva passa, a TPM dá uma folga, a sanidade dá as caras e só tenho vontade de pedir desculpas a tudo e a todos. Nem sempre é possível.  Por isso me deu vontade de escrever esse texto, pra tentar me redimir um pouco.

Tem muuuita gente que olha pra mim e diz que me admira, que eu sou um exemplo, que sou uma super mulher, que cuida da casa e família sem ajuda. Sim, eu não tenho empregada. Não, não acho que sou incrível por causa disso. Sou normal, fico cansada, estressada, ODEIO passar roupa, mas não ligo de fazer uma faxina, de fazer comida, de cuidar das crianças. Sou como tantas que por opção, ou falta dela, levam a vida dessa forma. Acho que o ideal seria ter uma babá express. A hora que eu estivesse realmente precisando de um respiro, ligaria pra santa e ela surgiria em casa pra brincar com as crianças um pouco, distraí-las por uma hora ou duas. Bom, mas como isso não existe, que eu saiba, levo a vida assim, ficando um pouco maluca às vezes.

E quando parece que não vou aguentar AQUELA birra,  AQUELE escândalo da criançada, lembro das palavras sábias do meu querido médico, Dr. Walter Labonia. “respire fundo, ignore, finja que não está nem ligando. As crianças são assim, pequenos tiranos”. Quando eu consigo o auto controle pra praticar as lições do Dr. Walter, sou muito feliz!

Pra finalizar esse breve confessionário, afirmo, com toda convicção, que quero sim tudo o que tenho ao meu redor. Principalmente a minha pequena grande família que me entende, me acolhe, me perdoa sempre... Giu, Sofia e Tomás, meus grandes amores.