Quase
todo mês (por mera coincidência, durante a TPM...) eu praguejo contra o
universo. Eu repito que “desejo sumir”, fazer as malas, me isolar, de
preferência numa praia bem distante (João Pessoa seria o lugar perfeito, lá na
praia de Coqueirinhos). Digo que queria outra vida, que não devia ter tido
filhos, que teria sio melhor ter ficado solteira, que deveria ter feito outra
faculdade, feito outras escolhas...
Normalmente
falo tudo isso já com um misto de culpa e vergonha, já querendo pedir desculpas
para os que estão ouvindo e jurar que não é nada disso o que penso. Mas não
faço. Falo, fico irritada, me isolo, fico ali no meu canto explodindo de raiva
e tristeza.
Porém,
a raiva passa, a TPM dá uma folga, a sanidade dá as caras e só tenho vontade de
pedir desculpas a tudo e a todos. Nem sempre é possível. Por isso me deu vontade de escrever esse
texto, pra tentar me redimir um pouco.
Tem
muuuita gente que olha pra mim e diz que me admira, que eu sou um exemplo, que
sou uma super mulher, que cuida da casa e família sem ajuda. Sim, eu não tenho
empregada. Não, não acho que sou incrível por causa disso. Sou normal, fico
cansada, estressada, ODEIO passar roupa, mas não ligo de fazer uma faxina, de
fazer comida, de cuidar das crianças. Sou como tantas que por opção, ou falta
dela, levam a vida dessa forma. Acho que o ideal seria ter uma babá express. A
hora que eu estivesse realmente precisando de um respiro, ligaria pra santa e
ela surgiria em casa pra brincar com as crianças um pouco, distraí-las por uma
hora ou duas. Bom, mas como isso não existe, que eu saiba, levo a vida assim,
ficando um pouco maluca às vezes.
E
quando parece que não vou aguentar AQUELA birra, AQUELE escândalo da criançada, lembro das
palavras sábias do meu querido médico, Dr. Walter Labonia. “respire fundo,
ignore, finja que não está nem ligando. As crianças são assim, pequenos tiranos”.
Quando eu consigo o auto controle pra praticar as lições do Dr. Walter, sou
muito feliz!
Pra
finalizar esse breve confessionário, afirmo, com toda convicção, que quero sim
tudo o que tenho ao meu redor. Principalmente a minha pequena grande família
que me entende, me acolhe, me perdoa sempre... Giu, Sofia e Tomás, meus grandes
amores.